Julia Guivant
Os desafios que os debates sobre a nanotecnologia estão trazendo para Estudos Sociais da Ciência
Nas ciências sociais críticas generalizadas têm apontado desde o século dezenove os problemas de 1) eurocentrismo, 2) evolucionismo e 3) a naturalização do social. Nesta apresentação argumento que estas três pecados podem ser facilmente encontrados na bibliografia crescente em estudos sociais da ciência (SSS), enfatizando a importância crescente da participação pública na gestão de tecnologias emergentes e controversas, incluindo a nanociência e a nanotecnologia. Parece que um consenso foi cristalizado no valor hermenêutico e prático da participação do público. Dentre alguns problemas que podem causar esses pecados vou analisar: 1) A idealização das relações entre leigos e peritos do conhecimento; 2) a idealização de estratégias participativas para o governança que exigem uma discussão sobre os seguintes tópicos: a. Limites de participação; b. Desinteresse de participação; c. Dificuldades na tradução de consulta nas políticas d. A manipulação das estratégias; e. Dificuldades na identificação do público; 3) a idealização da reflexividade de instituições públicas; e 4) a compartimentalização da comunidade científica. Apesar de sua importância política, a participação do público não pode ser considerada uma panacéia. Este argumento será apresentado desde a perspectiva do cosmopolitanismo (Beck), evitando o nacionalismo metodológico.
<- Programação
