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Marko Monteiro

Práticas de representação na ciência: visualidade e materialidade na construção do conhecimento

 

Práticas de produção de conhecimento científico são, em larga medida, também práticas de produção e interpretação de imagens, modelos e visualizações de diversos tipos. A compreensão da ciência e de sua especificidade, do ponto de vista das ciências sociais requer, portanto, uma compreensão da especificidade de tais práticas representacionais. Essa temática, presente nos estudos CTS desde pelo menos os anos 1970, atualmente ganha em relevância, um movimento em certa medida relacionado ao crescimento do uso de visualizações e modelos computacionais na ciência contemporânea. O presente trabalho busca, dessa forma, contribuir com formas críticas de análise de representações científicas enquanto práticas de produção de conhecimento e (re)construção de realidades. O artigo está fundamentado em duas experiências etnográficas: uma com visualizações em 2D e 3D feitas no contexto de um projeto de modelagem computacional de calor em tecidos humanos; e outra com a produção de conhecimento a partir de imagens obtidas por sensoriamento remoto via satélite. Apesar das diferenças entre si, ambas experiências sugerem desafios semelhantes aos estudos de ciência no que concerne à compreensão crítica de visualizações científicas e sua relação com as realidades que buscam representar. Proponho três críticas às análises mais usuais sobre representações científicas, sugerindo que imagens e modelos utilizados na ciência não podem ser tratados apenas como "representações", nem meramente "visuais", mas sim como nódulos numa rede complexa de atores e práticas que ajudam a construir formas de conhecer e formas de intervir no mundo.

 

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